15 de abril de 2014

Agricultura: Plano Agropecuário prevê discussões sobre estado livre de aftosa

Escrito por: Gilmara Roberto (Gerência de Comunicação do Sistema Faeg/Senar)

Foto: Fredox Carvalho

Plano será apresentado em reunião de secretários de Estado de todo o Brasil. Foto - Fredox Carvalho“Plano será apresentado em reunião com secretários de estado”

Na tarde desta segunda-feira (14/04), o secretário de Agricultura, Pecuária e Irrigação, Antônio Flávio Camilo de Lima, se reuniu com representantes da classe produtiva de Goiás para discutir a suspensão da vacina contra a febre aftosa no rebanho do Estado. Na sede da Seagro, as lideranças foram apresentadas à proposta de criação de Plano Agropecuário. Representando a Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg), Christiane Rossi e Maurício Velloso discutiram o projeto, que deverá estudar as demandas do setor por um período a ser definido, o que inclui as questões referentes à vacinação contra a aftosa.

A proposta é que o plano seja discutido, no final do mês de maio, em reunião com secretários de Estado de Agricultura de todo o país. O Plano deve envolver um colegiado responsável por discutir, entre outros assuntos, as medidas que devem ser adotadas regional e nacionalmente para a suspensão da vacina. “Cabe ao Estado apoiar a posição que os produtores adotarem”, declarou o secretário.

 Suspensão da vacina

Vacinação contra Febre Aftosa e Raiva; Prefeito e Sec Chico Machado

No dia 18 de março, a Secretaria de Agricultura, Pecuária e Irrigação (Seagro) propôs a suspensão da vacina contra a febre aftosa em Goiás. Em debates promovidos pela Faeg e outras instituições, como a Sociedade Goiana de Pecuária e Agricultura (SGPA) e Sindicato das Indústrias de Laticínios no Estado de Goiás (SindiLeite), as entidades concluíram que o estado precisa consolidar novas medidas e práticas antes de estabelecer a retirada da obrigatoriedade da vacina.

José Mario Schreiner, presidente da Faeg, esclareceu que para conquistar novos mercados com a zona livre de aftosa sem a vacina é necessário que todo o país implemente a política de vigilância sanitária. “Partir para o status de zona livre de aftosa sem vacinação é algo que todos os produtores esperam ansiosamente, haja visto que já estamos há 18 anos sem foco da doença. Mas, para países como a Coréia e o Japão, não basta que apenas Goiás não vacine mais. Precisaríamos fazer um esforço muito grande para que todo o Brasil estivesse num mesmo status de zona livre da aftosa”, explicou.

Para o presidente da Comissão de Gado de Corte da Faeg, Maurício Velloso, a medida é fundamental para que Goiás e os demais estados avancem para um estágio livre de aftosa que de fato garanta vantagens para o produtor e a economia. “Precisamos pensar no futuro da pecuária envolvendo toda a cadeia produtiva. Isso significa incluir desde os processos e pessoas envolvidas na inseminação do gado, até o consumo na mesa das famílias. Apesar de a suspensão da vacina ser fundamental, este não é o momento certo”, argumentou.

Velloso explicou que os processos que assegurem a suspensão da vacina precisam estar muito bem consolidados para que não haja um enfraquecimento da classe produtora ou da carne goiana no mercado. A não obrigatoriedade da vacina exigiria, entre outras medidas, na restrição do tráfego de animais e de couro entre Goiás e outros Estados.