Em entrevista na Rádio Cultura FM, o superintendente municipal de trânsito de Catalão, Ronaldo Rosa, avaliou como negativa a mudança nas regras para obtenção da Carteira Nacional de Habilitação (CNH). Durante entrevista, ele afirmou que a redução da carga horária obrigatória nas autoescolas e a permissão para instrutores autônomos podem trazer sérios impactos à segurança viária em todo o país.
As alterações — que já estão em vigor desde o dia 9 de dezembro — diminuem a carga mínima de aulas práticas de 20 para apenas duas. Nesse contexto, Ronaldo considera que a decisão compromete a formação de novos condutores e representa um retrocesso.
“É uma medida populista e sem coerência. Se hoje, com 20 horas, já era difícil, imagine com duas. Era momento de ampliar as aulas e não reduzir”, declarou.
Críticas e implicações
Além disso, o superintendente acredita que a mudança possui caráter eleitoral, uma vez que, segundo ele, a proposta busca facilitar o acesso à CNH sem considerar as consequências no trânsito.
“É uma medida eleitoreira. Estão mirando votos e não a segurança viária”, afirmou.
Conforme destacou, há ainda o risco de pessoas aprenderem a dirigir em veículos sem equipamentos adequados ou apoio técnico capacitado. Dessa forma, ele avalia que as autoescolas perdem papel fundamental na correção de vícios e na orientação segura.
Situação do trânsito em Catalão

Embora critique o cenário nacional, Ronaldo reconhece que, em Catalão, os índices de acidentes diminuíram nos últimos meses. Segundo ele, essa queda resulta de ações integradas entre a SMTC e a Polícia Militar, como blitz educativas e fiscalizações rotineiras.
“A SMTC não para. Estamos sinalizando, orientando e fiscalizando para reduzir sinistros”, destacou.
Entretanto, o superintendente lamentou o registro recente de acidentes fatais no município, inclusive a morte de uma jovem motociclista, destacando a gravidade da imprudência no trânsito.
Reclamações e medidas adotadas
Ao longo da entrevista, ouvintes relataram problemas recorrentes, como:
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estacionamento sobre calçadas,
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excesso de velocidade,
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travessias perigosas em avenidas,
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e gargalos em trechos estratégicos.
Diante das denúncias, Ronaldo reforçou que existe legislação municipal que proíbe estacionar veículos sobre calçadas. Além disso, ele garantiu que a SMTC, em parceria com a Secretaria de Ação Urbana, está notificando empresas e intensificando a fiscalização.
“Calçada é para o pedestre. Já notificamos e vamos intensificar ações”, enfatizou.
Mudanças em estudo
Ao ser questionado sobre intervenções em avenidas movimentadas — como a Lamartine, a BR-050 e a região da antiga Parmalat — Ronaldo explicou que melhorias estão em estudo. Ademais, novos semáforos serão instalados na GO-330, entre a Rua Mandaguari e a Avenida Porto Guimarães.
Plano de Mobilidade Urbana
Apesar das demandas, ele reforçou que as mudanças estruturais serão priorizadas mediante a conclusão do Plano de Mobilidade Urbana, desenvolvido em parceria com a FUNAP e a UFCat.
“Não queremos fazer puxadinhos. Vamos aguardar o plano para mudanças definitivas”, disse.
Assim, o SMTC busca evitar alterações isoladas e garantir que futuras obras sigam planejamento técnico.
Radares e educação no trânsito
Quanto aos radares, o superintendente explicou que o órgão não tem preferência por multas, embora reconheça que a penalidade serve como instrumento educativo quando motoristas insistem em desrespeitar regras.
“Infelizmente, a única forma de educar é mexendo no bolso”, declarou.
Além disso, Ronaldo confirmou estudos para ampliar a quantidade de faixas elevadas nas vias e justificou a instalação do radar na Avenida JK, por onde passam aproximadamente 480 mil veículos por mês.
Concurso público
Por fim, Ronaldo afirmou que ainda não há previsão de concurso específico para a SMTC. Atualmente, o órgão conta com 20 agentes, número que ele considera insuficiente para atender uma cidade com cerca de 130 mil habitantes.









