Exposição excessiva à internet exige atenção dos responsáveis
O acesso de crianças e adolescentes à internet cresce rapidamente e, consequentemente, traz novos desafios à proteção infantojuvenil. Durante entrevista à Rádio Cultura FM, a presidente do Conselho Tutelar, Floresbela Nogueira, e a conselheira Ana Lúcia explicaram que, embora a tecnologia ofereça benefícios, ela também amplia riscos significativos, como acesso a conteúdos impróprios, golpes, discriminação e aproximação de pessoas mal-intencionadas.
Além disso, segundo as conselheiras, a pandemia acelerou o uso do celular entre os jovens, pois as aulas remotas exigiram maior contato com o aparelho. Desde então, muitos passaram a utilizar o dispositivo por longos períodos, muitas vezes sem qualquer supervisão. Assim, o cenário atual exige dos pais uma atenção redobrada.

Casos de crimes virtuais crescem entre adolescentes
Durante a entrevista, as conselheiras explicaram que situações envolvendo bullying, ameaças e troca de fotos íntimas têm sido cada vez mais frequentes. Em um dos casos citados, uma adolescente enviou uma imagem íntima a um homem mais velho que, posteriormente, passou a chantageá-la. Diante disso, o Conselho acionou a delegacia e o caso seguiu para investigação criminal.
Além desse episódio, elas destacam que muitos pais desconhecem o que acontece enquanto os filhos estão no quarto usando o celular. Por isso, reforçam que é essencial observar mudanças de comportamento, atividades noturnas e interações virtuais, pois essas situações, quando não percebidas a tempo, podem gerar consequências graves.
Ainda segundo o Conselho, grupos de WhatsApp têm sido utilizados para organizar brigas na porta de escolas. Muitas vezes, essas confusões começam com provocações virtuais e, posteriormente, avançam para agressões físicas, o que gera transtornos e responsabilizações legais para as famílias.
Uso de crianças em pedidos nas ruas continua frequente

Além dos problemas digitais, o Conselho Tutelar tem se preocupado com o uso de crianças por adultos para pedir dinheiro em diversos pontos da cidade. Embora muitas pessoas denunciem essas situações, o órgão explica que grande parte delas envolve grupos itinerantes que circulam entre Catalão, Araguari, Uberlândia e outros municípios.
Por outro lado, mesmo com o trabalho de orientação e os encaminhamentos para a rede de assistência — como vagas em creches, atendimentos de saúde e programas sociais — muitas famílias insistem em permanecer nos locais pedindo com os filhos para sensibilizar a população. Conforme relatado, a criança raramente tem acesso ao dinheiro arrecadado, o que preocupa ainda mais os conselheiros.
Exploração infantil persiste no período noturno
Mesmo à noite, as conselheiras afirmam que é comum encontrar crianças vendendo balas ou outros produtos enquanto os responsáveis observam de longe, muitas vezes dentro de veículos. Dessa forma, os menores ficam expostos a riscos, incluindo acidentes, violência e abordagens inadequadas.
Embora muitos moradores ajudem com a melhor das intenções, o Conselho alerta que comprar produtos nessas situações acaba estimulando a permanência das crianças nas ruas. Portanto, a orientação é que a população evite esse tipo de compra e, sempre que possível, comunique o plantão do órgão.
Trabalho do Conselho Tutelar é contínuo e sigiloso
O Conselho reforça que sua atuação é constante e, sobretudo, sigilosa. Muitas vezes, a população vê apenas os veículos circulando pela cidade, mas não acompanha o intenso trabalho de bastidores que envolve atendimento em delegacias, hospitais e instituições de ensino. Além disso, o órgão atua em colaboração com uma rede que reúne Saúde, Educação, Polícia Civil, Ministério Público e assistência social.
Segundo Flores Bela, esse suporte conjunto permite atender, orientar e encaminhar famílias em situação de vulnerabilidade.
Canal de denúncias funciona 24 horas
O Conselho Tutelar de Catalão mantém atendimento permanente pelo telefone:
📞 (64) 9 9246-5077.






