O União Brasil anunciou nesta quinta-feira (18) que os filiados têm 24 horas para entregar os cargos em comissão que ocupam no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A decisão foi aprovada pela Executiva Nacional da legenda e reforça o rompimento com a base governista.
O partido controla o Ministério do Turismo, chefiado por Celso Sabino (União-PA), e também mantém cargos em diversos órgãos da administração pública. Além disso, foi responsável por indicar os ministros Waldez Góes (Integração e Desenvolvimento Regional), do PDT, e Juscelino Filho (Comunicações), ligados ao senador Davi Alcolumbre (União-AP).
A resolução determina punições para quem descumprir a ordem. O estatuto prevê sanções que vão da suspensão até a expulsão por infidelidade partidária.
“Esse posicionamento foi reforçado hoje, com a aprovação unânime da resolução que obriga os filiados a se desligarem, em até 24 horas, dos cargos públicos de livre nomeação na Administração Pública Federal Direta ou Indireta”, afirma a nota.
Divergências e pressões internas
O desembarque do União Brasil do governo não surpreende. Desde o início do terceiro mandato de Lula, o partido cogitou várias vezes entregar os cargos. No entanto, no começo do mês, após formar federação com o PP, a sigla decidiu de forma definitiva pelo afastamento.
Celso Sabino tentou, nas últimas semanas, costurar uma solução para manter a legenda no comando do Turismo. Contudo, não obteve apoio suficiente dentro da cúpula.
Solidariedade a Antonio Rueda
A decisão também ocorre em meio à polêmica que envolve o presidente nacional da sigla, Antonio de Rueda. Reportagens recentes citaram seu nome em suposta ligação com o Primeiro Comando da Capital (PCC). Ele, entretanto, nega qualquer envolvimento.
Na nota, o União Brasil declarou “irrestrita solidariedade” ao dirigente. Além disso, classificou as denúncias como “infundadas, prematuras e superficiais”. O partido também afirmou estranhar a divulgação das notícias logo após a decisão de romper com o governo.
“Tal coincidência reforça a percepção de uso político da estrutura estatal para desgastar nossa principal liderança e, por consequência, enfraquecer a independência do partido”, diz o comunicado.
Próximos passos
De acordo com a resolução, qualquer filiado poderá denunciar quem não cumprir a regra. Assim, o União Brasil afirma que seguirá “em sintonia com os anseios da sociedade brasileira” e não se intimidará diante de ataques a seus dirigentes.






