Em entrevista à Rádio Cultura, o delegado da Polícia Civil de Catalão, Dr. Pedro Democh, fez um alerta à população sobre o crescimento acelerado dos crimes virtuais. Ele explicou que os golpes digitais estão cada vez mais sofisticados, com criminosos explorando tecnologias como a inteligência artificial para enganar as vítimas.
Segundo o Anuário Brasileiro de Segurança Pública, o Brasil registrou cerca de cerca de um bilhão novecentos e sessenta e cinco mil registros de estelionato, equivalente a um golpe a cada 16 segundos. E o número pode ser ainda maior, já que muitas vítimas não fazem boletim de ocorrência por medo, vergonha ou falta de orientação.
Golpes com “deep fake” e relacionamentos falsos

O delegado destacou o uso do “deep fake”, tecnologia que replica vozes e imagens com alta fidelidade. Com ela, os criminosos conseguem simular chamadas ou áudios de parentes pedindo ajuda urgente. Esse recurso aumenta as chances de a vítima cair no golpe e realizar transferências bancárias.
Outro golpe comum envolve falsos relacionamentos. Uma suposta jovem bonita inicia conversa com a vítima, propõe a troca de mensagens íntimas e depois inicia a extorsão. Em alguns casos, os golpistas se passam até por delegados ou advogados para aumentar a pressão.
Os “três nãos” para se proteger
Para evitar cair em golpes, o delegado Pedro recomenda uma regra simples, que ele chama de “os três nãos”:
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Não atender chamadas de números desconhecidos;
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Não responder mensagens de remetentes estranhos;
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Não clicar em links suspeitos.
Segundo ele, seguir esses três passos pode evitar boa parte das fraudes digitais que circulam atualmente.
Segurança digital começa em casa
Pedro também orienta o uso do cartão virtual para compras online. Essa ferramenta, disponível nos aplicativos dos bancos, oferece validade limitada e maior proteção contra clonagens.
Além disso, ele reforçou a importância dos jovens ajudarem seus pais e avós a navegar com segurança na internet. “Muita gente não tem paciência, mas é essencial explicar que banco não liga pedindo senha ou dados. E que, em caso de dúvida, a polícia deve ser procurada antes de qualquer ação”, alertou.
Golpes são cíclicos e cada vez mais criativos
Segundo o delegado, os golpes seguem um ciclo. Primeiro surgem, depois se espalham, perdem força quando a população é alertada, e logo são substituídos por outros. A criatividade dos criminosos é constante, e a internet sem fronteiras permite que os golpistas atuem de qualquer lugar do Brasil.
Pedro faz um apelo para que a população desconfie de propostas fáceis ou histórias boas demais para serem verdade. “Desconfiança é o primeiro passo da proteção”, afirmou.
Polícia está à disposição para ajudar
O delegado finalizou a entrevista agradecendo o espaço da Rádio Cultura. Reforçou que a Central de Flagrantes da Polícia Civil de Catalão funciona 24 horas e está aberta para quem tiver dúvidas ou quiser orientações antes de realizar transferências ou fornecer dados.
“Depois que o PIX é feito, o dinheiro pode circular rapidamente e ser sacado em outro estado. A prevenção, sem dúvida, é a melhor forma de combater os crimes virtuais”, concluiu Pedro Democh.






