“Quero colocar um pouco a mais”, disse Maria José. “Não esqueci; vou por 750 em você, de cada lado, 500 ml amanhã (dia 12) e 250 daqui a 15 dias. Dia 24 (de outubro) tô aqui de novo”, respondeu Raquel. “Tô doida para te conhecer pessoalmente”, completou Maria José. Depois da primeira aplicação, ela – que mostrava-se ansiosa pelo procedimento – chegou a relatar – em mensagens trocadas às 6 horas – insatisfação com o resultado, sendo o tempo tranquilizada pela profissional.

“Se precisar tirar tem como?”, perguntou Maria José. “Tem sim, eu dreno para você”, foi a resposta. “Mas você não vai querer tirar, vai é querer pôr mais”. Nesse ponto, a vítima diz que até venderia o carro, se fosse preciso, para, depois, reclamar novamente: “Não preguei o olho a noite inteira; tô muito assustada, não desceu nada, tá muito feio. Quero tirar, me ajuda, por favor”. Raquel, por sua vez, tenta convencer a cliente de que demora três dias “para o produto assentar” e que ela iria se arrepender se tirasse, justificando os inchaços e formas. Chega a enviar fotos dos bumbuns de outras mulheres, para Maria se entusiasmar.

Em mensagens subsequentes, já no dia 14 de outubro, a vítima afirma ter melhorado e pergunta pela próxima sessão, para “fazer ficar mais redondinho, por inteiro”. No intervalo, diz que o líquido chegou a “vazar”, mas tudo foi resolvido com um curativo. No dia 24, enfim, após novo procedimento, Maria José reclamou que sentia-se mal, “tremendo muito e com uma falta de ar enorme”. Perguntou para Raquel: “Ir para a corrente sanguínea não vai, né?”; e a profissional respondeu que não. Mais tarde, a vítima relata a pressão, 6 por 11. E, depois, alguém informa que ela estava internada no Hospital Jardim América.