21 de agosto de 2014

Esportes: Sete vereadores de Catalão votaram contra projeto do CRAC

Escrito por: Badiinho Filho

A situação vivida pelo Clube Recreativo e Atlético Catalano (CRAC), ganhou os holofotes da imprensa nacional, estadual e principalmente da cidade de Catalão nos últimos dias. O Crac, que desde o início de 2013, ano em que uma nova diretoria assumiu o comando do clube, uma novem negra estacionou sobre o estádio Genervino da Fonseca. Participações ruins nas competições, como no campeonato estadual, ano em que lutou pela sua permanência na primeira divisão, e uma crise financeira interminável, vem sendo um fantasma dentro da equipe.

Diretoria do CRAC no gabinete do prefeito em 2013
“Diretoria que assumiu o CRAC em 2013, no gabinete do prefeito Jardel Sebba”

Uma situação que por muitos anos não acontecia em uma das agremiações de futebol mais respeitada do estado, pois o Leão do Sul é o único time do interior de Goiás, detentor de dois títulos estaduais. Os boatos que se escuta, é que, os valores da dívida real adquirida entre pendências trabalhistas com jogadores e comércios da cidade, quase chega aos três milhões de reais, mas até o momento, o conselho deliberativo do clube não apresentou um número exato.

Paixão dos Catalanos

O CRAC de Catalão, bicampeão goiano é a paixão dos Catalanos, tanto que em 2007, ano em que fez uma belíssima participação no Brasileirão Série C, vereadores daquele ano e torcedores arrecadaram materiais de construção, como cimentos e tijolos, para que fossem construídas as arquibancadas, atendendo as recomendações da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), para que o Crac pudesse mandar os jogos em Catalão. O mesmo não aconteceu, mas não foi por falta de lutar, pois inúmeros torcedores deram demão, para que as arquibancadas fossem construídas com rapidez, uma demonstração de amor e carinho pelo clube de mais de 80 anos.

Participação do Poder Público Municipal

Sem prejudicar os 15% na saúde e os 25% na educação, valores mínimos que qualquer gestor é obrigado por lei a investir no município, o que já vem acontecendo por mais de 10 anos, o Crac sempre recebeu incentivo da prefeitura da cidade, tanto financeiro, quanto na infraestrutura do estádio Genervino da Fonseca, pois os jogos nas quartas-feiras e domingos, é a única opção de lazer e entretenimento de uma cidade de quase 100 mil habitantes.  No ano passado, o público municipal fez um repasse a nova diretoria aprovada pelo prefeito, recebeu  o valor equivalente a R$ 1.5 milhão de reais, mas as dívidas trabalhistas e comerciais adquiridas pela mesma diretoria, ultrapassaram o valor que foi repassado. Neste ano, foi anunciado o repasse aprovado pelo legislativo, no valor de R$ 480 mil reais, mas o dinheiro não pode ser disponibilizado ao clube, pois o Crac estava impossibilitado de receber o dinheiro, por falta de certidão.

Ameaça de deixar competição

Caçulinha
“Presidente do CRAC, Helson Barbosa (Caçula)”

Sem condições, com os salários dos jogadores atrasados, o presidente do Clube Recreativo e Atlético Catalano (CRAC), Helson Barbosa, foi até aos veículos de comunicação de Catalão, no dia 12 de agosto, comunicar a desistência da equipe no Campeonato Brasileiro Série C, mesmo sabendo das penalidades que tomariam, sendo dois anos sem participar de qualquer competição organizadas pela CBF e Federações. O motivo da desistência era o mesmo, dificuldades financeiras e desinteresse do poder público municipal em ajudar a resolver o problema. O prefeito de Catalão, Jardel Sebba, em entrevista para TV Anhanguera/Catalão, disse que, o dinheiro havia sido aprovado pelo legislativo (R$ 480 mil), mas que por falta de certidão, o clube estava impedido de receber o valor. Jardel também afirmou que, foi o prefeito que mais ajudou o CRAC, repassado no ano passado, o valor de R$ 1.5 milhão de reais. Em sua entrevista, Jardel achou estranho que o Crac desiste justamente no período eleitoral, e colocou a população a fazer reflexões, se era justo deixar de investir na saúde e educação para dar dinheiro ao CRAC.  As reflexões não foram suficientes para convencer grande parte da população, até mesmo quem não vai ao estádio, recebeu com tristeza o abandono do CRAC da competição. No mesmo dia, torcedores e autoridades da cidade começaram campanhas para arrecadar dinheiro para salvar a equipe. No mesmo dia, uma reunião entre dirigentes, prefeito e auxiliares, fizeram com que o poder público da cidade voltasse atrás e evitasse que a equipe abandonasse o campeonato. 

Projeto é enviado ao legislativo

Câmara de Catalão
Foto Reprodução: “Na seção, apenas o vereador Pedrinho não estava presente”

A solução encontrada para ajudar o CRAC, foi o executivo enviar um projeto para a Câmara Municipal, aprovando o valor de R$. 160 mil reais, para compra de ingressos, onde retirados cerca de 20% para a Federação Goiana de Futebol (FGF), o restante entra no caixa do clube. Mesmo em meio a repercussão negativa, sete dos dezessete vereadores presentes na seção, não foram a favor do projeto e votaram contra, a maioria deles da base aliada do prefeito.

Contra

Aurélio Macedo (PP)

Paulo Moreira do Valle “Paulinho” (PMN)

Juarez Rodovalho (DEM)

Donizete Bola da Vez (PSC)

Valmir Pires (PSDC)

João Antônio (PSDB)

Daniel do Floresta (Sem partido)

A favor do projeto

Regina Félix (PSDB)

Gilmar Antônio (PMDB)

Paulo César (PMDB)

Leonardo Bueno (PSC)

Sargento Anísio (PMDB)

Vandeval Florisbelo (PMDB)

Silvano Batista (PR)

O único que não votou, foi o vereador Pedro Henrique de Macedo, por não estar presente na seção.

O presidente do CRAC, Helson Barbosa (Caçula), procurado por nossa reportagem, disse que, com este dinheiro que vai entrar no caixa, permitirá quatro acordos de dívidas sejam firmados, garantido a emissão da certidão que falta, para que o CRAC possa receber os R$ 480 mil disponibilizados pelo poder público.